Cerâmica Quimbaya: legado da arte pré-colombiana

A cerâmica Quimbaya floresceu na atual região da Colômbia, especialmente no período entre 300 a.C. e 300 d.C.
O povo Quimbaya é conhecido pelas suas extraordinárias capacidades técnicas e estéticas, que se manifestam em peças utilitárias e rituais, nomeadamente no trabalho do ouro e da prata.
Os seus oleiros realizavam figuras antropomórficas e zoomórficas, com pormenores meticulosos que reflectem a visão do mundo e a vida quotidiana da cultura deste povo pré-colombiano.

Para além disso, a sua técnica de manipulação do barro incluía a utilização de moldes e acabamentos decorativos incisos que demonstram um elevado grau de sofisticação e conhecimento cerâmico.

ceramica quimbaya

Origem e história da cerâmica de Quimbaya

A cultura e a cerâmica Quimbaya atingiram o seu apogeu entre os séculos IV e VII d.C., período durante o qual os seus artesãos aperfeiçoaram as técnicas de modelação, cozedura e decoração que definiriam o seu trabalho com o barro.
A sua cerâmica destaca-se como uma das mais importantes cerâmicas pré-colombianas do que é hoje a Colômbia.

Embora de 500 a.C. a 600 d.C., o povo Quimbaya, que se dedicava à agricultura, à caça, à pesca e à recolha, bem como à extração de ouro, aperfeiçoou a criação de objectos não só para fins utilitários, mas também para oferendas, trocas e rituais.

Durante o período tardio, após 800 d.C., a produção de cerâmica e outras áreas, juntamente com a agricultura, os têxteis e os ornamentos de ouro, registaram um crescimento significativo.
Observa-se uma transformação nas crenças, objectos e símbolos, tornando-se comuns os enterramentos primários em túmulos com câmaras.

A cerâmica quimbaya é um tesouro de uma cultura que floresceu no que hoje é conhecido como o Eje Cafetero da Colômbia, especificamente nas regiões montanhosas de Quindío, Caldas e Risaralda.

Este enclave geográfico, rico em recursos naturais e com um clima variado, proporcionou o cenário ideal para o desenvolvimento de uma das mais notáveis tradições cerâmicas do continente americano.

Características da cerâmica Quimbaya

A cerâmica Quimbaya distingue-se pelas suas decorações com padrões geométricos, como círculos, linhas e quadrados, e muitas das suas peças têm formas globulares, ou seja, são grandes e redondas.
As suas cerâmicas caracterizam-se pela técnica da pintura negativa, em que o espaço à volta dos desenhos era pintado em vez dos próprios desenhos. As peças eram decoradas com tintas monocromáticas e policromáticas.

Entre os objectos mais representativos da cerâmica Quimbaya encontram-se as urnas, utilizadas tanto para depositar alimentos como para conter as cinzas dos defuntos, simbolizando conceitos de vida e de morte.
Estas peças, juntamente com figuras realistas de animais e insectos, reflectem a importância da natureza e dos seus ciclos para as comunidades destes povos sul-americanos.

O artesanato Quimbaya inclui também o poporo, por exemplo, que é também muito utilizado na sua ourivesaria, usado em cerimónias religiosas para o consumo de cal enquanto se mascam folhas de coca.

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O fabrico da cerâmica Quimbaya era um processo meticuloso que começava com a seleção e preparação do barro.
Esta matéria-prima foi purificada e misturada com desengordurantes naturais para melhorar a sua plasticidade e resistência ao fogo.

Os artesãos modelavam as peças à mão ou com moldes simples e utilizavam ferramentas de madeira e de osso para pormenorizar os ornamentos e os relevos antes da cozedura.
A técnica de cozedura ao ar livre ou em fornos rudimentares permitia atingir temperaturas específicas que fixavam os pigmentos e conferiam à cerâmica a sua dureza caraterística e o seu acabamento final.
Cada etapa do processo reflecte um conhecimento profundo dos materiais e um respeito pela mãe terra.

Conheça um pouco mais sobre o fascinante povo Quimbaya

O povo Quimbaya, conhecido pela sua habilidade na ourivesaria e na cerâmica, habitava os vales do rio Cauca na Colômbia, especialmente nas regiões que hoje correspondem aos departamentos de Quindío, Risaralda e Caldas.

Esta etnia mantinha uma elevada densidade populacional graças à agricultura do milho e apresentava uma estrutura social hierarquizada com chefes políticos hereditários e um sistema económico baseado na redistribuição dos produtos de subsistência.

Os Quimbayas destacaram-se pela sua resistência ao domínio espanhol, sobretudo no século XVI, manifestando-se através de várias rebeliões contra o sistema de encomiendas.

Apesar do confronto violento com os conquistadores espanhóis, caracterizaram-se pelo facto de nunca terem sido completamente subjugados, aproveitando o seu conhecimento do terreno andino para empregar tácticas de guerrilha contra os invasores.

A cultura Quimbaya é notável pelo seu excecional trabalho em ouro, criando peças como os famosos poporos, que eram recipientes utilizados em cerimónias religiosas.

Os trabalhos em metal dourado desta cultura podem ser admirados no Museu do Ouro de Quimbaya.
Os seus artefactos, frequentemente associados a enterros de cremação de indivíduos de elite, reflectem um conhecimento avançado da metalurgia, especialmente na criação da liga tumbaga (uma combinação de ouro e cobre).

A influência da cerâmica Quimbaya

A influência deste povo estende-se às culturas regionais contemporâneas e às tradições artesanais, incluindo culturas como a de San Agustin, Tierradentro, Tumaco, Zenú e Narino. A diversidade do artesanato da região demonstra a interação e o intercâmbio cultural entre as diferentes culturas pré-colombianas, onde a cerâmica e a ourivesaria quimbaya desempenharam um papel central.

Hoje em dia, a cerâmica Quimbaya continua a inspirar artistas e artesãos, tanto na Colômbia como a nível internacional, servindo como símbolo do rico património cultural da região e como exemplo do avançado conhecimento técnico e artístico das civilizações pré-colombianas.

A cerâmica Quimbaya encontra-se em museus e colecções privadas, e o seu estilo e técnicas são estudados em várias instituições académicas como parte da história da arte e da arqueologia sul-americanas.




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