Hídria: Um legado de arte em barro
A hídria ou hydria é um recipiente de cerâmica da Grécia antiga, que se distingue pela sua forma arredondada e pelas suas três pegas. Utilizada para armazenar e transportar água, é notável na arte grega pelas suas decorações que reflectem a mitologia e a vida quotidiana, e é um valioso testemunho da cultura helenística e da habilidade artística.
A hídria, mais do que um navio grego antigo
Estes objectos de cerâmica da Grécia antiga são um testemunho da habilidade e arte de uma civilização que ainda hoje nos cativa. Pode ver abaixo a época da sua utilização e a sua evolução.
A sua presença em museus e colecções fala-nos de um passado em que a funcionalidade se encontrava com a estética de uma forma quase mágica.
Origens e função da hídria
Originalmente utilizada para transportar e armazenar água, a hydria era um objeto comum em todas as casas gregas.
Arte e Narrativa
As hidrias não eram apenas utilitárias, mas também telas nas quais os artistas narravam histórias, mitos e cenas do quotidiano.
Design único:
Com três pegas e um corpo robusto, a sua conceção optimizou o manuseamento e a capacidade de armazenamento.
Pode ver abaixo a estrutura das 3 pegas desta bela peça de cerâmica da Grécia Antiga:
Um espelho da sociedade grega
As hidras, para além da sua funcionalidade, eram um reflexo da vida na Grécia antiga. Eram normalmente utilizadas por mulheres, o que nos dá pistas sobre os papéis de género da época. Cada hídria conta uma história não só de quem a criou, mas também de quem a utilizava no seu quotidiano.
De onde vem o termo Hídria?
O termo “hydria” ou “hidria” vem do grego antigo ὑδρία (hydría), que é derivado de ὕδωρ (hýdor), que significa “água”. Este nome está diretamente relacionado com a principal função da embarcação acima referida, que era a de armazenar e transportar água. Por isso, tomou o nome em referência ao seu uso mais comum na vida quotidiana da Grécia antiga.
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Felizmente, há artesãos que fazem reproduções idênticas às obras de arte clássicas feitas na Grécia antiga e que só se encontram nos museus, tornando-as acessíveis.
Diferença com outros navios típicos utilizados na Grécia
A hydria distingue-se de outros recipientes típicos da cerâmica grega pela sua forma e função específicas. Seguem-se algumas comparações com outros tipos de vasos gregos:
Ânfora: A ânfora, com o seu corpo alongado e duas grandes pegas no gargalo, era utilizada principalmente para armazenar e transportar vinho ou azeite. Ao contrário da hydria, a ânfora tem um gargalo mais estreito e pegas que facilitam o seu transporte em longas distâncias.
Cratera: O kratera, um recipiente de boca larga e de grande corpo, era utilizado para misturar vinho e água. Este recipiente é mais largo e menos adequado para o transporte do que a hydria, mais estreita e mais alta.
Lécito: O lecithus, caracterizado por um corpo estreito e alongado e por uma única pega, era utilizado principalmente para conter óleos, nomeadamente óleos funerários. A hydria, com o seu corpo mais robusto e três pegas, diferia na sua utilização e conceção.
Enócoa: O oinochoe é um pequeno jarro de vinho com uma única pega e um bico de servir. Ao contrário da hydria, que se destina a armazenar e transportar grandes quantidades de água, o oinochoe é mais pequeno e é utilizado para servir líquidos.
Píxide: O pyxis é um pequeno recipiente com tampa, frequentemente utilizado para guardar jóias ou objectos pessoais. Ao contrário da hydria, que é um grande recipiente para líquidos, o pyx é mais pequeno e destina-se a guardar objectos sólidos.
Cada um destes recipientes reflecte uma faceta diferente da vida quotidiana na Grécia antiga, com desenhos adaptados às suas funções específicas. A hydria, com o seu design optimizado para o armazenamento e transporte de água, ocupa um lugar único neste espetro de utensílios de cerâmica.
Tempo de utilização
A hidria foi fabricada e utilizada principalmente durante a época da Grécia antiga, nomeadamente no período compreendido entre o século VIII a.C. e o século IV a.C.. Este período corresponde à Idade Arcaica, ao período Clássico e a uma parte do período Helenístico da história grega.
Durante a Idade Arcaica (ca. 800-500 a.C.), a hydria começou a ser produzida numa variedade de estilos decorativos, incluindo as figuras pretas e vermelhas que são emblemáticas da cerâmica grega.
No período clássico (cerca de 500-323 a.C.), a ídria continuou a ser um vaso popular, com requintes de design e decoração. Os artistas deste período representavam frequentemente cenas mitológicas e quotidianas com grande detalhe e perícia.
No final do período clássico e durante o período helenístico (323-31 a.C.), a produção de hidrantes sofreu alterações de estilo e de preferências, adaptando-se às novas tendências e gostos da época.
É importante notar que a hidria não era apenas utilizada na Grécia, mas que a sua utilização se estendeu a outras regiões do Mediterrâneo influenciadas pela cultura grega, incluindo o sul de Itália e outras partes do mundo helenístico.
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